domingo, 16 de outubro de 2011

No dia em que o POVO saiu à rua

A manifestação que teve lugar no passado sábado, apelidada de movimento dos indignados, foi uma demonstração de que o povo é e será sempre quem mais ordena.

O poder político e as forças vigentes na nossa sociedade estão acostumados a lidar com contestação social e com manifestações de grande envergadura, desde que organizadas pelas forças politicas e sindicais que nos últimos 35 anos têm assumido o papel da oposição; pois o direito à greve e à contestação, consagrado na Constituição da República, tem servido de válvula de escape comunitária, aliviando tensões e frustrações das massas. No fundo permite manter a ilusão que tudo se pode mudar e alcançar, mantendo-se na verdade tudo na mesma.
Porém, neste caso tudo pode ter sido diferente, a começar pelo facto notável de que se tratou de uma acção de protesto organizada por movimentos populares apartidários, laicos e cuja única meta é a melhoria das condições sociais e politicas do nosso país e do mundo. Para além deste facto, que por si só deve constituir um forte alerta a todos os governantes, temos o acto simbólico da ruptura das barreiras policiais e tomada das escadas de acesso ao edifício da Assembleia da República. (Reitero o termo tomada da escadaria ao invés de invasão como a imprensa lhe chamou, pois uma invasão pressupõe a ocupação de um local que não pertence ao invasor, mas este local é a casa da democracia e pertença última do povo) Esta atitude espontânea teve na minha opinião, o condão de deixar bem claro que no dia em que a nação, representada pelos seus cidadãos, homens e mulheres livres decidirem que é o momento de dizer BASTA, podem sem margem para dúvidas tomar o poder nas suas mãos.

Para concluir gostava de lembrar que o 25 de Abril aconteceu às mãos dos militares, que já alertaram que estão ao lado do povo e que as revoluções recentes que já são conhecidas pela primavera árabe, foram alcançadas pelos homens e mulheres que já cansados resolveram dizer BASTA.

Não faço a apologia da violência, nem de movimentos revolucionários gratuitos, mas sou acérrimo defensor de uma democracia justa, e equidistante no que aos direitos e deveres diz respeito, assim sendo, o apelo que deixo a todos é que façam um exercício de reflexão e que, se o momento chegar digam BASTA em uníssono.


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